terça-feira, 20 de abril de 2010

Bioética - Uma questão importante

A utilização das células tronco é cada vez mais acentuada, e por isso, deve cada vez mais incentivar-se o debate acerca dos seus limites e licitude. Desta forma é importante fazer surgir uma reflexão que coloque em evidência as implicações éticas da utilização de células tronco.

Actualmente, as células tronco adultas começam a ser uma alternativa terapêutica bastante recorrente para as doenças que o permitam. Devido às características prodigiosas que possuem, podem assegurar a cura de um paciente portador de determinada doença, cuja aplicação da terapia com células tronco adultas seja exequível.

Contudo, as células tronco embrionárias apresentam capacidades ainda mais fascinantes quando comparadas com células tronco adultas. Devido ao facto de se tratarem de células totalmente indiferenciadas (pluripotentes), estas podem transformar-se em qualquer tipo de célula. Esta ideia torna-se fascinante se pensarmos na aplicação que elas poderão ter na área da medicina, permitindo porventura curar doenças mortais com tecidos e órgãos feitos à medida.

Os estudos feitos com células tronco embrionárias têm levantado grandes polémicas, como é possível determinar nas palavras de Tom Murray, especialista em bioética, que afirma: "É difícil terminar as disputas éticas (...) Confrontamo-nos com distinções subtis sobre o início da vida, que têm implicações científicas e religiosas."

Uns alegam que é imoral desperdiçar embriões excedentários, que podem salvar vidas. Outros, que defendem que a vida começa quando um espermatozóide fertiliza um óvulo, são absolutamente contra a ideia de se utilizarem e produzirem embriões para obter as ditas células. Na opinião destes, a diferença entre um embrião, um feto e um bebé é o tempo, e todos merecem protecção.


Será eticamente correcta a utilização de células tronco embrionárias? Deverá apostar-se no seu uso intensivo? O que acham? Deixem a vossa opinião...

Embrião com 5 dias (altura em que são extraídas as células)

2 comentários:

  1. A utilização de células tronco embrionárias é um tema muito polémico sob o ponto de vista ético.
    Sempre que tenhamos a possibilidade de usar células tronco adultas (e na maioria dos casos, podemos fazê-lo), devemos optar por essa opção. Paralelamente, de forma a evitar o uso de células tronco embrionárias, devemos continuar os estudos científicos nessa área, de modo a procurarmos obter uma fácil "regressão" para as células tronco adultas (ou seja, de modo a estas se tornarem facilmente pluripotentes).
    Resta referir que esta questão está intrinsecamente relacionada com a dos embriões excedentários provenientes da Fertilização In Vitro, e que muitos defensores do uso de células tronco embrionárias alegam que, já que são produzidos embriões excedentários, seria legítimo utilizá-los depois para investigação. Contudo, é preferível, nesse campo, adoptar legislação que impeça a produção de embriões excedentários, de forma a evitar a polémica envolvendo essa temática.

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  2. As células tronco adultas devem ser de facto as de utilização mais recorrente, uma vez que a utilização de células tronco embrionárias ainda é um tema muito "frágil" e cheio de controvérsia.

    Mas, imaginemos agora uma situação em que não era de todo possível fazer "regredir" as células tronco adultas para embrionárias... Conhecendo as capacidades colossais das células tronco embrionárias, a sua capacidade na regeneração de órgãos e tecidos, a possibilidade de cura que elas trariam a imensas pessoas...não será legítimo apostar na sua utilização? Não será legítima a produção destas células que permitem a vida??

    Deixem mais opiniões. ;)

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