sábado, 30 de janeiro de 2010

Células tronco adultas...


No organismo dos adultos, existe um pequeno número de células tronco em muitos tecidos e órgãos. Essas mesmas células permanecem desactivadas, até serem activadas por doença ou por lesão.
Ao contrário das células tronco embrionárias, as células tronco adultas não são capazes de se diferenciar em todos os tipos de células. Elas apenas conseguem transformar-se nos tipos celulares pertencentes ao seu tecido de origem. Uma célula tronco adulta do cérebro, por exemplo, pode tornar-se num neurónio, mas não numa célula óssea.
Até ao momento, foram encontradas células tronco adultas no cérebro, sangue, córnea, retina, coração, tecido adiposo, pele, polpa dental, medula óssea, vasos sanguíneos, musculatura esquelética, intestinos e cordão umbilical.

Desde 1988 que se realizam transplantes sanguíneos do cordão umbilical, que são considerados uma terapêutica com células tronco adultas, uma vez que as células provêm de bebés e não de embriões. Como acontece com a medula óssea, transplantada desde 1968, no sangue do cordão umbilical existe em abundância um tipo de células tronco capazes de originar glóbulos vermelhos, plaquetas, glóbulos brancos e células mesenquimatosas capazes de gerar osso e cartilagem.

Em oposição ao que sucede numa transfusão de sangue simples, que disponibiliza um conjunto de células destinadas a morrer ao fim de algum tempo, as células tronco presentes na medula óssea e cordão umbilical são capazes de atravessar os ossos, e fixarem-se na medula óssea para produzir novas células sanguíneas e imunitárias para toda a vida.

O desenvolvimento tecnológico e científico crescente, aliado ao estudo destas células que apresentam capacidades colossais, tem vindo ao longo dos anos a marcar o início de uma nova era da medicina regenerativa, permitindo curar doenças mortais com tecidos e órgãos feitos à medida de cada um de nós.
Por exemplo, uma pessoa padecente de anemia falciforme, pode ser curada através de um transplante de medula óssea. Este transplante é um exemplo de terapêutica com células tronco adultas, em que as células da medula óssea doada regeneram os sistemas sanguíneo e imunitário do paciente.
Para contrariar a doença e afastar riscos de infecção, a medula do próprio é ainda destruída por radiação e quimioterapia.

Em Portugal, uma criança diagnosticada com um síndrome de deficiência imunológica grave de células T (CD8+) foi tratada com sucesso em Fevereiro de 2007, no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO), recorrendo a células tronco do seu cordão umbilical.

Os resultados actuais das investigações, comprovam a possibilidade de, nalgumas doenças, a administração de células tronco adultas poder ajudar no tratamento e reparação de tecidos danificados.

Estas células tão versáteis, quando recolhidas, tratadas e utilizadas, permitem portanto “colher uma nova esperança para a vida”, podendo quiçá ser consideradas um dos santos graais da biologia moderna!

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