domingo, 23 de maio de 2010

O esperma criado em laboratório


A investigação em células tronco embrionárias origina a cada dia que passa descobertas fascinantes. Já se conhecem algumas doenças onde as células tronco embrionárias podem ter uma aplicação terapêutica, tais como o Parkinson, a diabetes tipo 1, etc. É a possibilidade de cura destas doenças que torna as células tronco embrionárias uma promessa na medicina moderna.

Ainda assim, estas células continuam a surpreender. Recentemente um grupo de cientistas da Universidade de Newcastle, em Inglaterra, liderado pelo biólogo iraniano Karim Nayernia, deu a conhecer uma nova utilização destas células. O grupo de investigação chefiado por Nayernia desenvolveu uma nova técnica a partir de células tronco embrionárias portadoras dos cromossomas XY (masculino). Esta técnica consiste em deixar que as células tronco portadoras de cromossomas XY completem a sua divisão celular (meiose), para dar um esperma funcional.

Em relação às células portadoras dos cromossomas XX (fêmeas), estas originam espermatogónias, estado inicial do espermatozóide, mas não vão mais longe na meiose, não sendo possível obter esperma funcional.

A descoberta científica alcançada pela equipa de investigação liderada por Nayernia, levantou, como era de esperar, muitas questões éticas. As polémicas surgem sobretudo pelo facto de que se o esperma produzido em laboratório for utilizado para fecundar um óvulo, a criança que resultará desta fecundação não terá pai, sendo que as suas características genéticas serão herdadas do embrião cujas células tronco foram utilizadas para produzir espermatozóides. Desta forma, Nayernia apressa-se a esclarecer que o objectivo do seu estudo não é criar seres humanos em laboratório, mas desenvolver linhas de pesquisa que possam vir a ser usadas para curar a infertilidade masculina. “O nosso estudo destina-se a decifrar com detalhes como se forma o esperma e, dessa maneira, entender a razão pela qual alguns homens são inférteis”, escreve Nayernia no seu relatório de pesquisa.

É importante referir que os estudos realizados por esta equipa de investigação, também poderão ser úteis para descobrir como é que determinadas doenças genéticas são transmitidas através de gerações.


Extraído e adaptado de:
http://veja.abril.com.br/150709/semen-proveta-p-138.shtml



2 comentários:

  1. Antes de mais, Parabéns ao grupo de trabalho e ao professor(a) encarregue de leccionar a disciplina.
    Tenho acompanhado o vosso trabalho ao longo do ano e já deixei alguns comentários.
    Acho que vocês encararam este tema de uma forma muito prática e conseguiram levar o vosso conhecimento até outras pessoas, que é o mais importante. Do que adianta ter conhecimento se não o pudermos divulgar e ensinar aos outros?
    Tive pena de não puder assistir à vossa conferência mas espero que tenha corrido bem.
    Acho, muito sinceramente, que o vosso trabalho foi algo de novo e de bastante importância para toda a comunidade. Espero que sejam recompesandos pelo esforço que foi feito na criação deste trabalho, pois não é qualquer um que faz um projecto como este, e que tudo vos corra da melhor forma.
    Cumprimentos desta vossa admiradora,
    Ângela Ramalhete

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  2. Mais uma vez lhe agradecemos... É extremamente importante para nós saber que existem pessoas a reconhecer e a acompanhar o nosso trabalho. Esperamos sinceramente que a informação que estamos a colocar no blog seja interessante e útil. Só temos pena que não haja mais participação por parte dos visitantes...
    Relativamente à conferência, esta correu muitíssimo bem e temos pena que não possa ter participado.
    Mais uma vez muito obrigado. Sempre que precisar de algo disponha... Teremos muito gosto em ajudar! ;)

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